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Anjo da Noite 3 - A Origem - Capitulo 29



Capítulo 29 – A Última Noite


Eu estava no meu quarto, vestida apenas em uma calcinha e uma blusa branca, abaixada no chão com um monte de papéis na minha frente... Tinha anotado os últimos trabalhos que fizemos, os pagamentos, orçamentos e os caloteiros também... Só que estava tudo fora de ordem, e faltavam algumas folhas que eu não encontrava de jeito nenhum. Eu geralmente não precisava disso, guardava tudo na memória mais ultimamente, com tudo que vinha acontecendo eu estava um tanto confusa e não conseguia de forma alguma me lembrar... Não ajudava o fato de que eu estava morrendo de sede e fazia algum tempo que eu não caçava. Eu levantei os olhos e vi Joe entrando no quarto, ele parou na minha frente.

_Oi_ ele disse com um meio sorriso. 
_Oi_ eu sorri de volta. 
_O que você esta fazendo?
_Tentando arrumar essas coisas e me lembrar quem é o idiota que ta devendo agente mais... 
_Não ta dando muito certo né?_ ele riu.
_O que? Vai ficar me zoando é?_ eu o olhei de cara feia.
_Desculpa... Eu vou te deixar em paz_ ele me deu as costas e já ia saindo do quarto.
_Espera_ eu chamei_ Não vai não... Fica aqui.

Ele me olhou de lado mais voltou... Eu me sentei em um pequeno banquinho acolchoado que tinha ali e ele se aproximou mais... Se abaixando na minha frente. 

_Talvez eu possa te ajudar_ ele sugeriu sorrindo_ O ultimo caloteiro foi... Erick Simpson. 
_É verdade_ eu bati com a mão na testa_ como me esqueci disso?
_Você ta muito estressada_ ele levantou a mão pra tocar meu rosto_ precisa relaxar um pouco.
Ele começou a acariciar meu rosto muito delicadamente, me olhando nos olhos... Eu senti um arrepio com o seu toque suave e respirei fundo... Senti sua fragrância deliciosa e extremamente convidativa no meu atual estado e mordi meu próprio lábio tentando controlar aquela sensação. Ele encostou sua testa na minha, sempre com um sorrisinho encantador no rosto e foi chegando perto bem devagar... Ele me beijou... Um beijo calmo e apaixonado, sem pressa, só explorando e aproveitando a sensação, levou uma de suas mãos até minha nuca, fazendo carinho... Senti a minha sede começar a se manifestar e eu tive de me conter pra não mordê-lo, não queria parar agora. Ele foi depositando beijos na minha bochecha, pescoço... Eu suspirei.

_Eu estou com sede_ sussurrei pra ele.
_O que tem isso?_ ele perguntou sem parar de beijar.
_Eu não quero morder você_ falei... Não era bem verdade, mais ele entendeu o que eu quis dizer.

Ele se afastou um pouquinho, eu pensei que ele ia embora, mais ao invés disso ele só sorriu e tirou a camisa, deixando ela no chão junto aos papéis. Então ele pôs sua mão em minha cintura, foi levantando ela bem devagar, levando junto minha blusa... Conforme sua mão ia subindo ele ia depositando um beijo, até tirar ela totalmente e jogar no chão junto a sua. Ele me puxou mais pra ponta do banquinho, colando seu corpo no meu enquanto me beijava calma e intensamente. Ele adorava me torturar. 

_Joe... Eu não acho isso uma boa ideia. 
_Nós estamos sozinhos em casa_ ele falou sorrindo_ sem trabalho, sem nada pra fazer, você não vai fugir de mim.
Eu não ia fugir nem que pudesse, apesar da dor na minha garganta me avisando pra parar... Eu me inclinei mais no banquinho e ele puxou minha calcinha muito cuidadosamente, deu aquele sorriso maldoso que eu tanto adorava e voltou a colar nossos corpos. Suas mãos iam deslizando pelo meu corpo sem restrições enquanto ele beijava meu pescoço, gemendo baixinho em meu ouvido pra me enlouquecer. Eu prendi minhas mãos em seus cabelos e puxei com força, ele apertou minha coxa com vontade, tentando juntar ainda mais nossos corpos. Não importava o quão perto dele eu estivesse, nunca parecia o bastante. Ele se separou de mim de novo, dessa vez pra se livrar da calça jeans surrada que vestia. Eu sorri observando seu corpo nu e perfeito bem na minha frente... Me convidando a enlouquecer mais. 

_Gostou?_ ele perguntou rindo da minha expressão. 
_Muito_ garanti a ele, mordendo meu lábio inferior um pouco frustrada. 
_É tudo seu. 

Todo meu... Isso só me fez sorrir ainda mais. Ele beijou meu pescoço de um jeito sexy, foi descendo por meu ombro... Meu seio, minha barriga... Eu me encolhi, sua língua ia deixando um rastro quente em minha pele. Então ele parou e sorriu observando meu rosto e minha agonia... Minha garganta queimava cada vez mais. Ele abriu minhas pernas e se encaixou entre elas... Roçando seu corpo no meu só pra me provocar... Eu queria puxá-lo pra perto e acabar com a agonia mais ele não deixou. Ele parou e eu gemi em protesto.

_Calminha_ ele sussurrou sorrindo_ não tenha pressa. 
_Você é um lobisomem mau_ eu fiz bico.
_Muito mau_ ele concordou.
Eu me ajeitei no banquinho, envolvendo seu pescoço com minhas mãos e o beijei... O beijei com vontade, como se aquilo pudesse saciar a sede dentro de mim, mais ao invés disso aquilo só fazia ser ainda pior. Ele apertou minha cintura com força, e eu cravei minhas unhas nas costas dele, mais ele não reclamou... Ele parou um pouco o beijo ficando sem ar e eu não gostei, eu não precisava respirar e não queria parar. 

_Te amo_ sussurrei com os lábios grudados nos dele. 
_Eu amo mais_ sussurrou ainda respirando com dificuldade. 
_Isso ai não é verdade_ eu acusei. 
_Você não tem como saber.
_É... Eu acho que não.

Então muito cuidadosamente eu o empurrei, fazendo ele deitar ali no chão mesmo, no meio dos papéis e das roupas. Me deitei por cima dele, me encaixando nele... Éramos como duas peças, perfeitamente feitas uma pra outra. Grudei meus lábios nos dele com vontade, arranhando seu peito com minhas unhas, tentando controlar a vontade de mordê-lo. Ele pôs as mãos na minha cintura, guiando meus movimentos... Eu gemia baixinho no ouvido dele, eu também sabia exatamente o que fazer pra enlouquecê-lo, não era muito difícil. Comecei a beijar seu pescoço, mordi bem de leve sua orelha e comecei a sussurrar umas coisas no ouvido dele, senti-o apertar minha cintura com mais força e sorri satisfeita, sentindo um enorme prazer que era difícil de explicar. Ficamos assim, aproveitando um ao outro, sem medos, preocupações ou restrições... Só eu, ele e o nosso amor... Mais nada.
Quando abri os olhos de novo eu não estava mais no chão... Estava deitada na nossa cama, nua, coberta com os lençóis. Joe estava escorado na porta, vestido na calça jeans, me observando com um sorrisinho no rosto. Eu sorri de volta e o observei mais atentamente... Ele tinha arranhões pelo peito, marcas de unha... Foi como na primeira vez que fizemos amor... Eu me lembro de como me senti ao vê-lo machucado por minha culpa, agora o máximo que eu sentia era vergonha. 

_Oi_ ele disse. 
_Não ta doendo?_ eu perguntei.
_Não_ ele me analisou por um instante_ Não vai dar pity né? 
_Você ainda lembra disso é?_ eu forcei um sorriso.
_Foi à primeira vez que você foi minha_ ele disse com um leve sorriso_ Como eu ia esquecer? 

Eu apenas sorri pra ele... Então ele caminhou até mim e se sentou na cama a minha frente... Eu corri minha mão pelos arranhões no peito dele, fui descendo devagar até a parte mais clara do braço dele, que tinha a marca dos meus dentes. A marca que não me deixava esquecer que um dia eu quase o matei. 

_Obrigada_ eu disse a ele.
_Pelo que?_ ele perguntou confuso.
_Por tudo_ eu sorri_ Sabe nós já passamos por tanta coisa. Tivemos de superar nossas diferenças, a minha sede, a raiva dos outros... E você nunca desistiu de mim, nunca fraquejou e também não me deixou desistir.
_Como eu ia desistir da minha vida?_ ele disse tocando meu rosto_ você me deu mais um motivo pra viver, algo além do trabalho. Você me fez mais feliz... Como eu poderia se quer pensar em desistir de você? 
_Eu não sei o que seria de mim sem você aqui_ confessei. 
_Não seriamos nada um sem o outro. Porque você é uma parte de mim... A parte mais importante. 
_Eu amo você mais que tudo nesse mundo... Mais que a mim, mais que a minha vida. 
_Eu também_ ele sussurrou.
Eu me inclinei na cama pra lhe dar um beijo... Nunca me cansava disso... Dos seus carinhos, seus sorrisos, de ouvi-lo dizer que me ama. Cada dia ao lado dele era como se fosse o primeiro. Uma eterna felicidade que nunca teria fim. 

_Ouviu isso?_ ele perguntou de repente, parando de me beijar.
_O que?_ eu não conseguia ouvir nada além da sua respiração, o som de seu coração... Sua linda voz.
_Acho que eles finalmente chegaram... Não estamos mais sozinhos.
_Que droga_ eu bufei e ele riu.
_Vamos lá.

Eu vesti um short qualquer e a blusa que usava antes... Então nós descemos e fomos até o lado de fora da casa, estavam todos reunidos lá... Aos risos. Eu me aproximei e Joe parou também, me abraçando pro trás.

_Onde vocês se meteram?_ eu quis saber.
_Nós estávamos trabalhando... O que vocês ficaram fazendo a tarde toda?_ Kevin perguntou e Joe apenas riu_ Ah, pergunta idiota. 
_Espero que o sexo de vocês tenha valido a pena_ Selena disse fazendo uma careta.
_Nós não fazemos sexo_ eu corrigi_ fazemos amor... E sim... Valeu muito a pena. 
_Que bom... Porque enquanto vocês faziam SEXO_ ela deu ênfase com um enorme sorriso_ Agente tava trabalhando pra botar dinheiro em casa... Sabe o que é isso? 
_Nem vem Sel... Quem mais trabalha aqui sou eu e a Demi_ Joe disse_ Temos direito a uma folga. 
_Ta... Mais foi até bom que vocês não estavam lá... Porque eu levei o Vitor_ ela o abraçou de lado_ Esses truques que ele tem são muito legais e úteis numa hora de sufoco. 
_O que? Vai me trocar por ele é?_ eu fiz bico.
_Não precisa ficar com ciúmes filha_ Vitor sorriu_ é só enquanto você não aprende tudo.
_Não se preocupe amor_ Joe sussurrou em meu ouvido_ eu nunca trocaria você.
_Claro... Isso porque você não pode fazer sexo com ele_ eu revirei os olhos e eles riram.
_Poder até pode_ Nick riu_ mais ia ser nojento. 
_Eca_ todos dissemos em coro.
De repente eu senti uma coisa e parei de rir... Ao que pareceu Joe foi o único que percebeu, ele me abraçou mais apertado, mais aquela sensação ruim não quis passar. 

_Demi o que foi?_ ele sussurrou em meu ouvido, os outros estavam muito distraídos rindo pra perceber.
_Nada não... Só uma sensação estranha. 

Subitamente eu senti uma enorme necessidade de abraçá-lo... E foi o que fiz. Eu me virei de frente pra ele e o abracei apertado, escondendo meu rosto em seu peito, ele retribui o abraço, mais achou estranho. 

_Demi... Tem certeza que ta tudo bem?_ ele perguntou.
_Eu te amo_ eu sussurrei pra ele. 
_Eu também meu amor. 

Narrado pela autora

Demi o abraçou com toda a força que tinha, esperando que aquilo aliviasse a súbita agonia que surgira em seu peito... Joe retribuíra o abraço, esperando que aquilo aliviasse seja lá o que for que ela estivesse sentindo. Mais não adiantava, o sentimento ruim só aumentava... Foi então que Demi ergueu os olhos e viu Mary sair do meio das árvores, o vestido branco no corpo e os olhos brilhantes... Seu coração disparou.

_Que cena tocante_ ela disse em tom de deboche. 
_O que você faz aqui?_ Vitor perguntou irritado.
_O mesmo que você_ ela respondeu seriamente_ estou querendo a minha filha. 

Demi congelou no lugar, os braços ainda em volta da cintura de Joe... Com a cabeça escorada no peito dele pode ouvir seu coração disparar, e a força do abraço dele aumentar... Como se com aquilo pudesse escondê-la... Torná-la invisível.
_Não tem nada pra você aqui... Va embora_ ele ordenou.
Ela se virou pra Joe com um sorriso presunçoso no rosto_ Eu disse a você que voltaria... Disse que viria pegar o que me pertence, e aqui estou.
_Ela não pertence à você_ ele disse rispidamente, mais seu nervosismo era acusado em sua voz. 
_E nem a você_ ela sorriu_ Ela saiu de dentro de mim... É sangue do meu sangue, um pedaço de mim. Mais e você? É só um vira-lata sujo que pensa que é demais. Vocês não têm nada haver um com o outro.
_Mary_ Vitor repreendeu_ não queremos confusão... Va embora. 
_Cala essa sua boca seu imbecil... Não vou discutir com você porque tudo isso é culpa sua... Não seria necessário você não a tivesse perdido. 

Kevin se irritou totalmente com a situação e se transformou, correndo na direção dela... Mais antes que a alcançasse, ela levantou a mão e o lançou contra uma pedra... Nick tentou ajudar e teve o mesmo destino, sendo jogado por cima de Kevin. Os dois tentaram se levantar mais não conseguiam se mexer. 

_Não tenho tempo pra isso_ ela revirou os olhos_ vem comigo filha... E tudo isso acaba.
_Você não é minha mãe_ Demi respondeu amedrontada, ainda agarrada a Joe. 
_Como pode dizer isso?

Mary se irritou e então sem pensar duas vezes ergueu a mão na direção de Ramon que estava agarrado nos pés de Dani. O levantou no ar, o sufocando.

_O que esta fazendo? Solte ele_ Vitor ordenou.
_Foi isso que vocês me trocaram? Um bando de vira-latas nojentos? 
_Solte o meu filho_ Dani gritou desesperada. 
_PARA COM ISSO.

Demi se soltou dos braços de Joe e correu na direção dela, parando a poucos centímetros... As lágrimas já descendo por seu rosto perfeito.

_Por favor solta ele_ implorou_ não machuca ele, é só uma criança.

Ela observou as lágrimas descendo pelo rosto da filha e então soltou o menino. Dani tentou correr pra socorrê-lo mais não conseguia se mexer... Estavam todos grudados aos chão, menos Demi.

_Faço por você... Mais se não quizer que eles se machuquem venha comigo.
_Não vou a lugar algum com você.
_Ótimo... Então será do jeito difícil. 

Mary a encarou enraivecida... Então Demi levou as mãos cabeça, sacudindo e gritando.

_SAI DA MINHA CABEÇA_ ele implorou aos prantos.
_Não pode resistir a mim_ ela falou sorrindo.
_Demi_ Joe chamou_ SOLTA ELA SUA DESGRAÇADA.

Então subitamente Demi parou de se sacudir, foi levantando a cabeça devagar e Joe reparou com o coração acelerado que seus olhos agora estavam vermelhos.

_Vem comigo filha_ Mary estendeu a mão pra ela, que sem reclamar a segurou e parou ao se lado.
_O que você fez com ela?_ Selena questionou. 
_Deixa ela em paz_ Joe ordenou.
_Espero que tenha aproveitado a sua ultima noite com ela vira-lata... Porque essa foi a ultima vez que você tocou nela. 

Então as duas sumiram no meio das árvores... Tão rapidamente que não foi possível ir atrás. Joe que estava fazendo força pra se soltar, quando ela desapareceu foi ao chão.

_DEMI_ ele gritou.

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