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Beautiful Beginning 4ª Temporada - Capitulo 6



 Beautiful Beginning - Capitulo 6

– Então, será que é o efeito dos dois Mai Tai que eu tomei – Demi perguntou –, ou o Will realmente pediu a Hanna em casamento hoje? – Pediu mesmo – eu respondi, fechando a torneira. – No meio do nosso jantar do ensaio. Com um microfone. Na frente das nossas famílias, e provavelmente até as pessoas no andar de cima ouviram. E pelo jeito, ela disse sim. – Então, tá – ela disse enquanto escovava os dentes. Olhei para seu corpo quando ela se dobrou para enxaguar a boca, erguendo a bunda sugestivamente, e senti meu coração acelerar. – Você deveria se apressar – eu disse, jogando a toalha na pia. – Por acaso temos algum lugar para ir? – ela se levantou e me encarou, vestindo uma fina camisola rendada. Seus olhos estavam arregalados e fingindo inocência, como se não fosse a mesma mulher que me fez chupá-la num restaurante enquanto os convidados do nosso casamento se divertiam no andar de baixo. Eu fiquei aliviado por ela finalmente voltar a ser a minha Demi, a mulher que era tão gananciosa quanto eu. Mas agora era minha vez de brincar. – Não. Você vai chupar o meu pau e depois eu vou comer você até alguém aparecer dizendo que está na hora do casamento – eu disse, desabotoando minha camisa. Ela se endireitou e seus olhos grudaram no meu corpo enquanto eu expunha cada centímetro de pele após abrir cada botão. – É mesmo? Eu a pressionei contra a parede e passei minhas mãos por suas curvas até agarrar sua bunda. – Você pode não conseguir andar direito amanhã. – E quanto à sua regra? – Regras são para idiotas que não vão transar hoje – afundei meu rosto em seu pescoço e lambi sua pele, depois a ergui e passei suas pernas ao redor da minha cintura. Eu a levei até o quarto e apaguei a luz quando entramos. – E já estou cansado de ser um idiota, Srta. Lovato. – Você chegou a essa conclusão antes ou depois de me fazer gozar? – ela perguntou, depois gemeu quando a joguei no colchão. – Por que você ainda está falando? – rosnei. Beijei sua boca com raiva e toda a frustração que senti na última semana. Absorvi seus gemidos e senti um arrepio quando os dedos dela puxaram minha camisa e seus pés empurraram minha calça para baixo. – Você vai me chupar – eu disse. – E depois eu vou comer você de quatro no chão – de repente, ouvi um som na outra sala e levantei minha cabeça na escuridão. – Você ouviu isso? – perguntei, quase certo de que tinha ouvido passos no sala de estar. – Com certeza – ela suspirou, sem perceber do que eu estava falando, ainda arranhando minhas costas com as unhas. – Diga o que mais você vai fazer… – Demi! Ouvimos uma voz masculina:
– Perto, mas não muito, minha querida. Eu me levantei imediatamente, com o coração saindo pela boca e pronto para lutar quando alguém acendeu a luz. – Meu Deus, George. Nós mandamos você bater na porta! – uma mulher disse. Corri para esconder a quase nudez da Demi. – Dani? – disse, estremecendo e praticamente cego pela luz repentina. Alguém jogou uma camiseta para mim, mas ela sumiu antes que eu pudesse pegar. – Não se atreva! – George alertou, correndo para ficar na minha frente. – Eu vou pessoalmente bater em quem entregar qualquer roupa para este homem. E, caramba, Dani. Você disse que ele estaria pelado. – Ah, foi mal – ela disse, sorrindo. – Esqueci que ele está guardando sua virtude e tentando permanecer puro antes do casamento. Acho que esqueci de mencionar isso. Porém, pela aparência da situação – ela olhou para minha cueca – ele estava prestes a desistir desse plano. É melhor você cobrir isso, Joe. Sua mamãe está chegando. De repente me dei conta que eu estava de cueca… e duro. – Vão embora! – eu disse, apanhando um travesseiro para me cobrir. Demi puxou um roupão. Os intrusos estavam vestidos de preto da cabeça aos pés e pareciam um bando de bandidos de desenho animado. Tenho certeza de que se a situação fosse outra, eu acharia hilário. – Calma, Joe – minha mãe disse, entrando no quarto com Sara e Julia. – Estamos aqui para levar Demi. – O quê? Como vocês conseguiram a chave? – eu perguntei. – Você não quer saber, acredite em mim – George disse. Minha mãe contornou a cama e segurou a mão da Demi. – Você conhece a regra, Joe: o noivo não pode ver a noiva no dia do casamento. E estamos a exatos cinco minutos disso acontecer – ela chegou mais perto de mim e sussurrou: – Eu enviei uma mensagem para você avisando que iríamos invadir o seu quarto para roubá-la. – Mãe! – gritei, perdendo a paciência. – Eu não tenho tempo de ler quinhentas mensagens por dia sobre a calça do papai, o ar condicionado no seu quarto ou o seu prato favorito! – Humm, alguém se importa com o que eu acho? – Demi perguntou. – Não – George e Dani responderam ao mesmo tempo. – Que seja – ela disse, amarrando o roupão. – Vocês têm sorte por eu estar exausta, ou eu chutaria o traseiro de todo mundo. Apenas me arrumem uma cama. Nem quero saber onde. Pode até ser a sua – ela disse, apontando para George. – Sem chance, princesinha. Desde quando o mundo se tornou um manicômio?, pensei. – Sara – eu disse, virando para encará-la. – Como eles convenceram você disso? Você é a mais certinha de todos. Elas vão levar você para o mau caminho, fuja enquanto é tempo… Ela encolheu os ombros. – Até que está sendo divertido. Com essa história de castidade nós esperávamos encontrar vocês dois jogando damas ou tricotando. Mas isso foi muito mais engraçado. – Vocês são todas malucas – eu disse. – Todas vocês. Até você, mãe. – Dois minutos! – George alertou. As mulheres começaram a correr freneticamente pelo quarto, vasculhando gavetas, armários e malas para encontrar tudo o que precisaria para
amanhã. O banheiro foi revirado e todas as coisas da Demi foram retiradas. – Ah, para de ser tão preocupado, Joe. Isso é tradição, e amanhã quando você a vir caminhando até o altar, vai perceber que tudo valeu a pena. Já temos tudo? – minha mãe disse. Várias vozes confirmaram que sim, tudo estava em ordem para o rapto da minha noiva, e após mais um furacão de atividade na sala de estar, Demi foi levada de mim sem nem mesmo um beijo de despedida, e o silêncio tomou conta da suíte. – Precisei de horas para conseguir dormir. O quarto estava quieto demais, a cama vazia demais, e eu excitado demais. De novo. Minha mão já não era o bastante. Acordar sozinho é uma droga. É de se pensar que eu estaria acostumado com isso – com nossas agendas cheias, era difícil conciliar nossos horários – mas agora que eu tinha me acostumado a acordar com a Demi quente e solícita ao meu lado, a cama vazia parecia errada, como se uma parte vital de mim estivesse faltando. Ainda estava escuro lá fora; era cedo o bastante para ainda haver um ar frio e úmido pairando no ar, e os pássaros estavam relativamente quietos. Com a calmaria lá fora, o oceano soava mais alto do que nunca. Eu estava ereto e sozinho, e Demi estava em algum lugar perto, mas longe demais para poder ser tocada. Meu estômago se revirou e eu fechei os olhos, apanhando um travesseiro para tentar esquecer tudo. Vai ser um longo dia. Eu me forcei a me levantar, e fui até o banheiro para tomar banho e me vestir. Nós vamos nos casar hoje. Casar. E minha lista de tudo o que precisava ser feito era tão longa quanto as horas que faltavam para o dia terminar. Havia relógios demais ali. Eu usava um de pulso que a Demi me deu quando abrimos a filial da RMG em Nova York. Havia um relógio sobre o bar, um sobre a TV e outro ao lado da cama. De quase qualquer lugar na suíte eu conseguia ver quantas horas faltavam até Demi acordar, até eu poder vê-la de novo, até ela se tornar minha esposa. – Will e Max estavam esperando por mim no térreo perto da lareira no saguão, enquanto analisavam um mapa no celular de Max. – Fica na University – Will dizia, – Não, não fica – Max argumentou. – Fica na Robinson – ele percebeu minha presença, olhou para minha cara fechada e sacudiu a cabeça. – Bom dia, flor do dia. Pelo jeito você não dormiu muito bem ontem, não é? Eu revirei meus olhos. – Você deve saber muito bem, já que a sua namorada grávida invadiu meu quarto ontem. – Como é? – Will disse. – Todas as amigas dela, incluindo o George e a minha mãe, sequestraram minha noiva para que eu não a visse antes da cerimônia. Imagino que agora ela esteja amarrada e amordaçada em alguma parte desse hotel enquanto elas a cobrem com rendas e purpurina – nesse momento, percebi o estado do Will: com olheiras, ombros caídos e bocejando sem parar. – O que aconteceu com você? – Hanna – ele disse, bocejando de novo. – Não sei se é por causa do assédio das tias de Demi, mas não consegui ter uma noite inteira de sono desde que chegamos. – Eu odeio vocês dois por isso – eu disse.
– Ainda bem que seu humor está muito bom hoje – Max ironizou. – Vá se ferrar – eu disse, passando por ele e me dirigindo para o balcão. Max e Will me seguiram. A recepcionista olhou para nós quando nos aproximamos. Falei meu nome e entreguei minha identidade e cartão de crédito, e esperei enquanto ela preparava o aluguel do carro. Eu tinha reservado uma van para nossa ida até a lavanderia, pois queria ter certeza de que tudo chegaria em perfeitas condições. Apanhei as chaves e finalmente tive uma pequena sensação de estar no controle de ao menos uma coisa. Assim é a vida: se você quer algo direito, faça você mesmo. – Sr. Jonas! Eu me virei ao escutar o familiar som de saltos batendo no chão de mármore. Merda. – Kristin – eu disse. – Estamos de saída. – As roupas – ela respondeu, olhando para as chaves na minha mão. – Você tem alguma coisa para me dizer? – Ah… – ela começou a falar com o sorriso mais forçado que já vi. Meu estômago, instintivamente, deu um nó. – Aconteceu uma coisinha. Minha respiração começou a acelerar. – Coisinha? – eu repeti. Pequeno acidente. Probleminha. Coisinha. Será que ela consegue ser mais irritante do que isso? – Uma coisa boba. Insignificante. – Lá vamos nós… – Will murmurou. Nós a seguimos até a porta dos fundos, atravessamos o pátio e descemos até o jardim onde já estavam arrumando tudo para o casamento. Ou tentando. Meu sapato afundou na grama molhada no primeiro passo. – Oh, Deus – lamentei, olhando ao redor. – Meeeeerda – a área inteira estava inundada. Cadeiras estavam caídas por toda a parte, os pés das mesas afundavam na lama, trabalhadores se apressavam em pânico. – Um cano da irrigação quebrou no meio da noite – ela disse cuidadosamente. – Eles conseguiram desligar a água, mas como você pode ver… – Nossa – Will exclamou, tocando uma poça com a ponta do tênis. Eu esfreguei o rosto e senti Max apertando meu ombro. – Ele conseguem arrumar isso – ele disse, percebendo que eu estava a dois segundos de explodir. – Ah, com certeza – Kristin tentava me tranquilizar, mas eu já não estava mais ouvindo nada do que ela dizia. Meu celular vibrou em meu bolso e eu entrei em pânico pensando se Demi já tinha recebido a notícia. Mas era apenas a minha mãe. Querido, você sabe se o seu pai trouxe os sapatos pretos? Eu não consigo achá-los aqui no quarto, mas ele jura que colocou na mala. Guardei o celular no bolso e me virei para Kristin enquanto ela dizia: – Eles consertaram o encanamento, então vamos nos concentrar – Eles consertaram o encanamento, então vamos nos concentrar em secar a área ou levar
tudo mais para frente na praia. Max se virou para mim, com seu sorriso charmoso no rosto. – Viu? Não há nada para se preocupar. Vamos pegar as roupas, comer alguma coisa… ou talvez beber alguma coisa, e tudo vai estar resolvido quando voltarmos. E, se não se importa, eu fico com isto – ele agarrou as chaves da minha mão. – O que você acha que está fazendo? – Desculpe, Joe, mas acho que é melhor para todo mundo. Você vai acabar passando por cima dos pedestres e isso estragaria ainda mais a festa. – Eu consigo dirigir com raiva sem matar ninguém, Max. Me entregue a maldita chave. – Você já se olhou no espelho hoje? Aquela veia está saltando na sua testa – ele disse, tentando tocar em minha testa, mas eu estapeei sua mão. Will estava rindo atrás de mim, e então eu me virei e o encarei com raiva. Ele ergueu as mãos. – O Max está certo. Virei de novo para Max. – Você nem sabe dirigir direito. – Claro que sei. – Nos Estados Unidos? Ele fez um gesto de desdém. – Faixa da direita, faixa da esquerda. Que diferença faz? – Max nos conduziu pelo hotel até o estacionamento. Durante todo o trajeto nós discutimos sobre quem iria dirigir. Enquanto isso, Will parecia um zumbi sonolento nos seguindo. Um manobrista nos abordou imediatamente, ignorando nossa discussão enquanto checava a etiqueta na chave. Nós o seguimos até uma van branca estacionada debaixo da sombra de algumas palmeiras. Entreguei sua gorjeta e o dispensei quando ele se ofereceu para explicar o caminho. – Certo, vamos rever nosso plano – Max disse, esperando um segundo antes de virar para trás e bater no ombro do Will, que acordou assustado. – Você está bem? – Sim, caramba, estou só um pouco cansado. – Bom, tome um pouco de café e acorde de vez – Max disse. – Você vai com a gente até a lavanderia, depois você vai pegar um táxi para apanhar as alianças. – Por acaso você acha que eu sou seu assistente pessoal? Por que o Kevin não pode ajudar com isso? – Porque o Kevin fala demais e você é muito mais bonito. E vai saber, talvez a gente precise seduzir algumas atendentes na lavanderia, e quem melhor do que você para ganhar o coração de algumas velhinhas? Will bocejou, claramente cansado demais para discutir. – Certo, certo, que seja. Max deu a volta na van, parando ao lado da porta do passageiro. – Joe, sua carruagem o espera. – Vá se foder – eu disse, dando um soco em seu ombro antes de entrar. Eu podia ouvir sua risada enquanto dava a volta e entrava pelo outro lado.
– Tudo certo aí atrás, William? – Sim, sim – ele resmungou. – Vocês são dois filhos da mãe, sabiam? Max colocou as chaves na ignição e o motor ganhou vida. Após sorrir triunfalmente para mim, ele tentou engatar a marcha, mas tudo o que conseguiu foi um horrível som de engrenagens rangendo. – Ah, isso só pode ser um bom sinal, Max – eu disse, com o tom mais irônico que eu conseguia fazer. – Pare de ser um pé no saco e relaxa. Está tudo sob controle. – Estamos vendo. A van deu um tranco para frente e eu prendi o cinto de segurança dramaticamente. Os pneus cantaram quando viramos a primeira esquina e eu tentei me segurar em qualquer coisa que podia. Will não teve tanta sorte, e o som de seu corpo batendo por toda a parte preencheu o silêncio na van. – Quando foi a última vez em que você dirigiu um carro? – perguntei, me preparando para outra curva. Ele franziu a testa e pensou um pouco. – Em Las Vegas, na sua despedida de solteiro – ele disse, ignorando completamente as buzinas atrás de nós. – Las Vegas? Eu não me lembro de você dirigindo em Las Vegas. Ele checou o trajeto em seu celular, passou correndo por um sinal amarelo e quase bateu no carro da frente. – Eu peguei um carro emprestado quando vocês estavam ocupados. – Pegou um carro emprestado? – Pois é. Na verdade… era uma limusine, não um carro. Mas isso não importa. Eu cheguei aonde precisava, são e salvo. – E você não notou nada? Nenhum xingamento? Ou a polícia? Após várias quase batidas com carros bem menores, chegamos à lavanderia. Max olhou para mim com uma expressão presunçosa. – Oh, Deus, alguém me tire daqui – Will gemeu. Eu desci e abri a porta de trás, observando Will cambalear para fora e imediatamente correr para vomitar nos arbustos. Aparentemente, eu tinha ganhado aquela discussão. A lavanderia era pequena e ficava entre um restaurante chinês e uma loja de gibis. Max fez um gesto para eu ir na frente e nós paramos diante da porta, olhando para a placa de neon que dizia “Satisfação Garantida”. – Ironia é o que não falta no seu casamento – Max murmurou. Graças a Deus as roupas estavam prontas. Nós abrimos cada pacote para ter certeza de que nada estava faltando – seis vestidos, oito ternos – e colocamos tudo na van. Max manteve a promessa que fez à minha mãe e me impediu de ver o vestido de Demi. – De jeito nenhum você vai voltar dirigindo – disse para Max quando terminamos de colocar tudo no carro. – Você ainda está pensando nisso? – Você não percebeu que dirige muito mal? Depois de vomitar, Will estava praticamente beijando o chão de alívio – peguei as chaves de suas mãos. – E você acha que pode fazer melhor? Até minha avó dirige mais que você, Joe. E ela
tem oitenta anos e sofre de glaucoma. – Desculpe, eu não ouvi o que você disse por causa dos helicópteros da polícia atrás de você – eu disse, depois praguejei quando Max arrancou as chaves da minha mão de novo. Will entrou no meio e agarrou as chaves. – Por que vocês dois não calam a boca? Já não basta eu ter que ficar fugindo daquelas malucas, ainda tenho que aguentar vocês dois? Joe, você dirige – ele disse, empurrando as chaves para mim. – Max? Comporte-se e espere a sua vez. Meu táxi já chegou. Vou buscar as alianças e encontro vocês no hotel – ele olhou para nós dois, esperando algum tipo de protesto. – Certo – eu disse. – Tá bom, tá bom – Max suspirou. – Ótimo. Agora, tentem não matar um ao outro no caminho de volta. – Digitei o endereço do hotel em meu celular e esperei o trajeto aparecer. Max estava sentado em silêncio ao meu lado. – Obrigado – eu disse, depois dei a partida. Apesar de discutirmos o tempo inteiro, Max lidou com a situação com sua calma e otimismo de sempre. Eu tinha que admitir que a essa altura eu estaria bêbado e despedindo pessoas que nem eram meus funcionários se ele não tivesse tomado conta da situação. – Você é um idiota – ele respondeu. Eu sorri e acelerei para fora do estacionamento. Sábado à tarde em San Diego significava trânsito, muito trânsito. Nós tivemos sorte na ida, mas agora a pista expressa já estava totalmente tomada. Max insistia que eu estava indo na direção errada quando seu celular tocou. – Fala, Will – ele disse, depois fez uma pausa antes de ligar o viva voz. – Continue. – Quem de vocês dois estava encarregado de fechar a maldita porta da van? – O quê? – eu perguntei, depois olhei pelo retrovisor. Claro, uma das portas estava completamente aberta. – Merda! – então, de repente tudo ficou ainda mais complicado, com carros passando em alta velocidade ao nosso lado e buzinando enquanto eu tentava parar no acostamento. Pelo retrovisor eu vi o vento mexer a alça de um dos pacotes, que ficou balançando como se fosse feito de papel. Max lutou com seu cinto de segurança antes de pular no banco de trás e esticar os braços para salvar o pacote em perigo. Mas era tarde demais. Um solavanco na estrada foi o bastante para o vento puxar o pacote, que voou para fora do carro levando outros, e então quase todos atingiram o asfalto. Foi um pandemônio. Juro. Fechei um grande caminhão ao virar de repente para a direita e frear até parar no acostamento. Abri minha porta, gritando para o Max quando nós dois descemos, olhando horrorizados os carros passarem voando pela pista expressa com os pacotes entre eles. – Ali! – gritei, avistando o pacote maior, o que continha o vestido da Demi, perto da pista do meio. O táxi do Will freou logo atrás e nós nos dividimos, cada um se movendo em uma direção, correndo e desviando do trânsito para resgatar os pacotes um por um. Os carros buzinavam ao nosso redor e o ar cheirava a pneu queimado. Meu coração martelava e o sangue pulsava em minha cabeça, e meu único pensamento era salvar o vestido
da Demi. Tentei não pensar no que aconteceria se eu falhasse. Ignorei os palavrões que ouvia e consegui chegar à faixa do meio. Olhei para o pacote da Demi, freneticamente analisando o exterior em busca de qualquer dano. Parecia intacto, com exceção de um pequeno rasgo na base. Voltei para o acostamento e empurrei o pacote para Max. – Cheque o vestido – eu disse, dobrando os joelhos e enchendo meus pulmões de ar, rezando para que o vestido estivesse inteiro. – Está tudo certo – Max disse, com um alívio em sua voz. – Está perfeito. Eu suspirei, também aliviado. – Graças a Deus. Já pegamos todos os pacotes? – voltei para a van para contar quantos não tinham caído. Will contou os que estavam em seus braços. – Tenho quatro aqui. – Eu tenho seis – Max acrescentou. – Tem mais quatro dentro da van – eu disse. – Qual é o total mesmo? – Quatorze. Contando nossos ternos, o do Kevin, o do pajem, do seu pai, do pai da Demi e o do Georde, os vestidos das garotas, da sua mãe e da daminha de honra. Certo? – Wil perguntou, contando em seus dedos. Eu assenti. – Vamos embora daqui. Desta vez, ninguém discutiu sobre quem iria dirigir. – Eu sentia como se tivesse corrido uma maratona quando voltamos ao hotel. Entregamos o carro para o manobrista e Kristin já estava nos esperando na calçada, pronta para assumir a partir dali. Ela me assegurou que quase tudo já estava seco e perguntou se eu queria ver como estava indo o resto dos preparativos. Eu recusei, querendo apenas tomar banho, tirar um cochilo e esperar a hora de encontrar Demi no altar. Olhei para o relógio: faltavam três horas. Will chegou ao mesmo tempo, pagou o taxista e desceu do carro. Quando olhamos, ele ergueu um pacote no ar. – As alianças chegaram – Max disse, dando um tapinha em meu ombro. – Agora é oficial, você não concorda? Eu assenti, aliviado demais até para fazer qualquer piadinha. – Bom, veja só quem é a única pessoa que não fez besteira hoje… – Will disse um segundo antes de tropeçar na calçada e cair. A sacola voou de suas mãos, as caixas voaram da sacola e, claro, minha aliança recém-polida acabou atingindo a calçada. Não sei quem foi o primeiro a mergulhar no chão, mas no fim foi o Max quem agarrou meu anel, que agora tinha um amassado na parte de platina. Fiquei irritado, é claro, mas depois do dia que tive, parecia um lembrete perfeito para o resto da minha vida: “Lembra quando você quase destruiu o vestido da sua esposa?” Acho que é melhor sentir esse amassado do que a ira da Demi nos próximos sessenta anos. – Não parece tão ruim – Max disse. Ele o colocou em seu dedo e exibiu a mão. – Mal dá para ver. Nós todos assentimos. – Sabe o que faria isso desaparecer completamente? – Will perguntou.
– O que, William, o que faria isso desaparecer completamente? – Max ironizou. – Álcool. – Eu não fiquei completamente bêbado. Afinal, era o dia do meu casamento. Mas após uns drinques com meus amigos, eu me sentia bem. E estava pronto para fazer esse maldito show continuar. Foi estranho me arrumar sozinho. Banho, barba, roupa. Tudo na suíte vazia. Para qualquer outro evento, Demi estaria ao meu lado, alegremente falando sobre qualquer coisa que estivesse em sua mente. Mas para o maior evento de nossas vidas, eu estava me vestindo sozinho. Já tinha usado smokings dezenas de vezes, e nem precisava me olhar tanto no espelho antes de sair. Mas agora, enquanto encarava o meu reflexo, eu não conseguia parar de pensar que a Demi iria me olhar do outro lado do altar, caminhar até mim e aceitar se casar comigo. Eu queria estar exatamente como ela sempre imaginou que seu marido estaria. Tentei arrumar o cabelo com os dedos e ter certeza de que não tinha deixado de barbear nenhum canto do rosto. Chequei se não havia qualquer sinal de pasta de dente em minha boca e apertei minhas abotoaduras. E pela primeira vez na semana, eu enviei uma mensagem para minha mãe, e não o contrário. Qualquer dúvida que eu tinha sobre a Kristin se dissipou no momento em que saí e vi a cerimônia montada. Fileiras de cadeiras brancas enfeitadas com fitas azuis se estendiam na minha frente e pétalas brancas cobriam o caminho até o altar. Um mar de mesas cheias de cristal e prata e mais laços azuis cobriam a área do jardim. As flores favoritas da Demi – orquídeas – estavam em toda a parte: vasos, arranjos e decorações. O sol estava começando a se pôr e os convidados já estavam em seus lugares. Tomei um momento para me recompor, apoiando no ombro do Kevin enquanto digeria toda a cena. Kristin acenou mostrando que estava na hora de começar, e eu assenti, vagamente registrando a música serena que tocava, o pôr do sol inacreditável e o passo incrivelmente gigante que eu estava prestes a dar. Ofereci meu braço para minha mãe e comecei a conduzila até o altar. – Você perguntou se eles trouxeram… – Agora não, mãe – murmurei entre os dentes cerrados enquanto sorria para os convidados. – Você está bem, querido? – ela perguntou quando chegamos ao seu assento e eu beijei seu rosto. – Quase – eu a beijei mais uma vez e tomei meu lugar no altar, com meu coração subindo pela garganta. A música principal começou e Sara e Kevin foram os primeiros a desfilar pelo corredor. Mesmo de longe, eu podia ver o quanto ela estava absolutamente linda. Seu sorriso era enorme, e parecia estar quase rindo enquanto se aproximava de mim. A primeira coisa que notei foi o suave som de sucção quando seu salto afundava a cada passo no chão encharcado. Respirei fundo, sabendo que poderia ter sido bem pior. E a Sara estava rindo. Isso só poderia ser um bom sinal, não é? A segunda coisa que notei foi a onda de risadinhas que começou nas fileiras de trás e aumentou enquanto Sara e o Kevin chegavam mais perto de mim. Olhei para Kevin, que parecia mal estar se segurando, e depois olhei para Sara, cerrando meus olhos quando vi o seu corpo inteiro.
Oh meu Deus. Um par de marcas de pneu cruzava seu vestido bem em cima de sua barriga grávida. Fui tomado por uma onda de pânico quando lembrei dos pacotes caídos na pista expressa enquanto os carros passavam em alta velocidade. Parecia que a Sara tinha sido atropelada por um caminhão. Senti todo o sangue do meu rosto desaparecer. – Ah, não – eu gemi. Tudo que me importava na hora era o estado do vestido de Demi. Nem me preocupei em olhar os outros vestidos. Como se tivesse lido meus pensamentos, Sara sacudiu a cabeça e gesticulou para trás, dizendo com os lábios: – Ela está perfeita. Fechei os olhos por um momento, tentando me acalmar. Demi está bem. Ela não vai andar até o altar querendo me matar. Acalme-se, Joe. A música mudou e eu ouvi o som de trezentas e cinquenta pessoas se levantando. Abri meus olhos ao mesmo tempo em que todos se viravam para trás. A minha Demi. Pela primeira vez em minha vida, tudo pareceu se encaixar e absolutamente nada mais importava. Nada de prazos ou trabalho, apenas isto. Meu cérebro – que funcionava com tabelas, datas e com organização de cada detalhe da minha vida e da vida daqueles ao meu redor – se tornou silencioso. Não de um jeito ruim, mas de um jeito que finalmente dizia: relaxe e preste atenção, pois este momento é maior do que você e do que todas as decisões que você já tomou. Demi estava com o queixo abaixado e com o braço enlaçado ao do seu pai. Na outra mão ela trazia um buquê de orquídeas. O cabelo estava preso para cima. Normalmente, eu já estaria pensando em como desarmá-lo para mergulhar meus dedos e agarrar cada fio, mas naquele momento, tudo que eu conseguia pensar era como gostaria de deixar tudo do jeito que estava. Eu podia ver cada centímetro de seu rosto, e ela estava linda. Eu queria congelar esse momento para que durasse para sempre. Estava claro que a Demi, até no último instante, estava tramando algo. Seus olhos estavam fechados e ela parecia concentrada em pensamentos. E também ficou claro o momento quando ela compreendeu tudo. Erguendo a cabeça, seus olhos lentamente se moveram até me encontrarem, e o tempo parou e o mundo desapareceu. Eu podia sentir meu próprio sorriso se abrindo e sendo refletido em seu rosto quando nossos olhos se cruzaram. Então, fiz a única coisa que podia pensar. Sussurrei as palavras: – Venha até aqui.

2 comentários:

  1. Meu deus quase que esse casamento não sai HAHAHAHAHAHAH não tinha mais nada pra acontecer, POSTA LOGO

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  2. esse é o casamento mais pirado q ja li kkkkk, tudo dando errado pro joe

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